
Olavo Bilac
Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.
Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;
E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.
Resumo biográfico de Olavo Bilac
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac nasceu a 16 de dezembro de 1865, no Rio de Janeiro. Faleceu em 28 de dezembro de 1918, na mesma cidade. Fez o Curso de Humanidades no Colégio do Padre Belmonte. Cursou a contra-gosto a Faculdade de Medicina, que abandonou no 5º ano, para matricular-se na Faculdade de Direito de São Paulo, onde esteve somente um ano. Foi jornalista, poeta, crítico, orador, ocupando ainda o honroso cargo de secretário do Congresso Pan-Americano, em Buenos Aires. Durante toda sua vida foi um boêmio inveterado, não se responsabilizando de forma alguma pelos encargos fixos que conseguia. Como poeta é que se notabilizou pois, filiando-se à Escola Parnasiana que então começava a se esboçar, soube setornar um de seus principais expoentes, dada a impecabilidade da forma de seus versos, aliada à "efusiva comoção da sensualidade tropical" (Afrânio Peixoto). Versejou por necessidade de alma e espírito, saindo suas composições literárias espontaneamente de sua pena.
Quando a morte se aproximava, exclamou agonizante : "- Amanhece... Vou escrever ! "
Um comentário:
Miguinha,,
Retribuindo a vizita, adorei teu cantinho,,
Beijos
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