1 de jul. de 2010

uma foto linda

Foto de Lenagnl

Sobre almas gêmeas...

“Os ventos do tempo trazem-te momentos de solitude. O horizonte é

vasto, nenhum deserto é verdadeiramente árido, é apenas uma

travessia. Vocês dois já partilharam muitos desertos. Tu lembras-te da

confiança que havia entre os dois, ele nasceu nesta vida para resgatar a

confiança. A vida trocou-vos as voltas muitas vezes. Não foste tu quem o

traiu,essa travessia do deserto é só dele. Neste momento, o vosso

caminho afasta-vos.E tu lembras muito a confiança que vos uniu. Ele

nasceu sem essa paz,é natural que sofras. Vocês têm peças diferentes do

quebra-cabeças. A saudade só existe quando alimentas sentimentos de perda,de não

poderes viver o companheirismo que tiveste com ele parece-te uma

perda. Tens crescido tanto só por saberes da existência do outro.

Vocês são peças do MESMO quebra-cabeças. A vossa incapacidade de entendimento

no plano físico não é nenhum acaso.O que vos une é mais forte.

A tua necessidade de resolver a saudade está a ensinar-te a crescer para

Dentro,para o teu centro, estão ambos a caminhar na profundidade.

Cada um ao seu ritmo,cada um para o quê está preparado. Para

fazeres o que tens de fazer, sem sofrimento, estás a aprender a encontrar

os teus caminhos interiores e estamos todos a aprender contigo.

Não faz parte do processo dele entender o teu, só aceitar. O amor que vos

une é mais profundo que esta vida, faz parte da vossa essência, daí

existir, independente das vossas ações e da vossa capacidade de

entendimento. Por vezes têm interpretado, racionalizado, essa energia

em função dos vossos sonhos. Puras ilusões,também isso vai desvanecer.

Não há mais pactos, só sonhos. Tu tens saudade de um companheirismo

que ainda não é possível. As fronteiras que separam a experiência física

da consciência da alma sempre foram mais tênues em ti e, por isso, vês o

mundo de uma forma que o mundo ainda não está preparado para viver.

Confia no tempo.”

*Mestres angélicos de Ana Eugênio*

Dorme,meu amor


(Maria do Rosário Pedreira)

"Dorme, meu amor, que o mundo já viu morrer mais
este dia e eu estou aqui, de guarda aos pesadelos.
Fecha os olhos agora e sossega – o pior já passou
há muito tempo; e o vento amaciou; e a minha mão
desvia os passos do medo. Dorme, meu amor -

a morte está deitada sob o lençol da terra onde nasceste
e pode levantar-se como um pássaro assim que
adormeceres, mas nada temas; as suas asas de sombra
não hão-de derrubar-me – eu já morri muitas vezes
e é ainda da vida que tenho mais medo. Fecha os olhos

agora e sossega – a porta está trancada; e os fantasmas
da casa que o jardim devorou andam perdidos
nas brumas que lancei no caminho. Por isso, dorme,

meu amor, larga a tristeza à porta do meu corpo e
nada temas: eu já ouvi o silêncio, já vi a escuridão, já
olhei a morte debruçada nos espelhos e estou aqui,
de guarda aos pesadelos – a noite é um poema
que conheço de cor e vou contar-to até adormeceres."