(Torquato da Luz)
Chegaste quando já desesperava
de te ver chegar.
Há mil anos sentado à soleira,
todos os sons, todos os cheiros,
ainda os mais longínquos, os mais ténues,
me falavam de ti.
Era o ronco dos motores,
o marulho das ondas,
o silvo dos navios,
o apito das traineiras,
o pio cruzado das gaivotas,
o cantochão das cigarras.
Era o odor dos frutos
derreando as árvores
e o estalido dos ramos secos
sucumbindo ao calor da tarde.
Era tudo pronto, enfim,
para a vertigem
de eu gostar de ti.
Um comentário:
Selecionei dois poemas, do meu blog "Mulher e Cia" que resolveu se "auto" excluir para visitas.
Como ambos retratam bem os meus sentimentos de HOJE,
eu os escolhi para dizer "ATÉ BREVE" à todos vocês:
Vou viajar DE MIM
vou jogar todas as roupas da mala
rasgar papéis
apagar anotações
queimar a agenda
Sofrer.
Sofrer completamente.
Até que passe.
beijos e boa terça pra você.
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