19 de jan. de 2010

(José Gomes Ferreira)

(Prelúdio em forma de grito, para um livro de confissões pessoais que nunca escreverei)

Ouve, tu que não existes em nenhum céu:

Estou farto de escavar nos olhos
abismos de ternura
onde cabem todos
- menos eu.

Estou farto de palavras de perdão
que me ferem a boca
dum frio de lágrimas quentes de punhal.

Estou farto desta dor inútil
de chorar por mim nos outros.

- Eu que nem sequer tenho a coragem de escrever
os versos que me fazem doer.

(...)

Ah! Se eu imitasse a alegria das arvores e do vento
Que riem sem motivo.

Mas não. Ando triste.
Já não me contento em sentir-me vivo…
(E que outro destino existe?)”

*Poeta Militante*

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