
(Lya Luft)
Baixei as tranças para que viesses,
dei-te a chave para que habitasses
os meus quartos mais secretos.
Mas de repente vejo-te na praia
buscando um horizonte diferente
que nem eu antes disso pressentia.
Quero deixar-te ir,sem desprender-me
de tudo isso que sou e desejaste,
e me dói,e me espanta e me remorde
abrir a mão para o teu sonho alado
sem te cobrar ternuras nem cuidados
com o que conquistaste e já não queres,
que te libertaria mas te algema
e que te inquieta agora,com desejos
de correr,de voar,de estar ausente.
Quero ser o que ainda ontem fomos,
quero ter o que nós dois tivemos,
quero que a realidade se recolha
e permaneça,entre nós a fantasia.
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Tudo está diferente.
Os cheiros da estação, o humor, a voz sem resposta,
a mão estendida sem outra à espera,
o corpo e o coração apático,
o frio que se entranha nas paredes,
no chão e na alma.
Tudo meio morto,sem graça.
Tenho que fechar a porta.
"Encarar a realidade é um modo de morrer.Mas sem isso não haverá renascimento."(Lya Luft)
2 comentários:
Ei dona menina o poema é perfeito, aliás, como tudo de Lya Luft.
Há um porém: Oi fia se alegre, essas coisas do coração nos fazem por vezes evidenciarmos momentos reflexão e a eterna pergunta que não cala: Vale a pena?
Tem tantos horizontes novos ao seu olhar... pare, perceba!
Obrigado pela bondosas palavras no Sibarita, volte sempre...
email: sibarita@terra.com.br
bjs
O Sibarita
Menina, menina...
Como disse o nosso amigo siba, fecha a porta e segue em frente. Sei que não é fácil, mas o corredor é longo e vc linda demais para ficar parada em frente a uma mesma porta.
Beijos, minha amiga querida
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