23 de abr. de 2008

De Amor


Augusto Frederico Schmidt
(1906-1965)

Chegaria tímido e olharia tua casa,
A tua casa iluminada.
Teria vindo por caminhos longos
Atravessando noites e mais noites.

Olharia de longe o teu jardim.
Um ar fresco de quietação e repouso
Acalmaria a minha febre
E amansaria o meu coração aflito.

Ninguém saberia do meu amor:
Seria manso como as lágrimas,
Como as lágrimas de despedida.
Meu amor seria leve como as sombras.

Tanto receio de te amar, tanto receio...
A sombra do meu amor
Poderia agitar teu sono, pertubar o teu sossego...
Eu nem quero te amar, porque te amo demais.


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Pequena biografia de Augusto Schmidt:

Augusto Frederico Schmidt (Rio de Janeiro, 18 de abril de 1906Rio de Janeiro, 8 de fevereiro de 1965) foi poeta da segunda geração do Modernismo; falou de morte, ausência, perda e amor em seus poemas. Espírito criativo e polivalente, foi também empreendedor, tendo sido um dos fundadores da cadeia de supermercados DISCO, no Rio de Janeiro, e tornou-se amigo do presidente (1956-1960) Juscelino Kubitschek, tendo criado o slogan de sua campanha, "50 anos em 5". Escreveu inúmeros discursos para o presidente e várias de suas idéias vieram a ser realizadas, como a criação da Operação Pan-Americana (OPA), uma iniciativa que iria inspirar a Aliança para o Progresso, criada pelos Estados Unidos na administração Kennedy. Foi delegado do Brasil na ONU e Embaixador na Comunidade Econômica Européia.
Como editor, ele publicou livros importantes como "Casa grande e senzala", de
Gilberto Freire, e "Caetés", de Graciliano Ramos. Entre seus principais livros estão "O galo branco", "Estrela solitária" e "Prelúdio à revolução". Era casado com Yedda Ovalle Schmidt.

Um comentário:

O Sibarita disse...

Oi Pati! kkk É com imensa alegria que vejo aqui o Augusto Frederico, saiba que sou fã de carteirinha dele por tudo que representou para o Brasil, uma pena, uma vergonha para o nosso país não homenagear esse grande brasileiro.

A maioria do povo nunca ouviu falar do Augusto e se já ouviu não dá o seu devido valor.

Não sou chegado a Globo, mas, naquela mini-série de JK ele o Augusto aparece em várias cenas...

É, pronto! Gostei mais ainda de você!

Esse poema, ele por si fala...

bjs
O Sibarita