27 de mar. de 2009

O Silêncio



(Manuel Bandeira-1886-1968)



Na sombra cúmplice do quarto,
Ao contacto das minhas mãos lentas
A substância da tua carne
Era a mesma que a do silêncio.

Do silêncio musical, cheio
De sentido místico e grave,
Ferindo a alma de um enleio
Mortalmente agudo e suave.

Ah, tão suave e tão agudo!
Parecia que a morte vinha…
Era o silêncio que diz tudo
O que a intuição mal advinha.

É o silêncio da tua carne.
da tua carne de âmbar, nua,
Quase a espiritualizar-se
Na aspiração de mais ternura.


3 comentários:

O Sibarita disse...

Manuel Bandeira, valha-me Deus!

O silêncio é isso mesmo quem há de dizer ao contrário? kkkkk

bjs
O Sibarita

Deusa Odoyá disse...

Paty, amiga.
O silêncio já nos diz o que as vezes não conseguimos entender o que existe no fundo de nossa alma.
Para isso o silêncio existe, uma reflexão , um meditar para nossos dias de iluminação.
Muita paz, amiga.
Regina Coeli.

Deusa Odoyá disse...

Paty.
Deixo para vc. um poema , que acho lindo e reflexivo, espero que gostes.
Há momentos em nossas vidas
Que deveríamos deixar calar o silêncio, e escutar apenas o coração.
Pois existem sentimentos, que a linguagem não expressa, e há emoções que as palavras não sabem traduzir.

Sou como a luz do sol,que aquece e ilumina seu silêncio.
Um fio de reflexão, indo ao encontro do interior de nossa alma.
Espero que gostes, amiga.
Eu as vezes em minha vida , quando me bate a solidão, reflito sobre esse meu poema.
Beijonhos doces, minha amiga.
uma semana de muita paz, amor e luz.
Regina Coeli.